A MÁQUINA MAIS COMPLEXA
Fechei-me em mim. Conversei comigo e com o meu eu. Conclusão final. Eu não sou nada mais que um autómato, que foi concebido com um programa, com determinadas características, e finalidades. Que vai sendo reparado nas suas falhas mais comuns e normais, ao longo do tempo. E um dia se avaria, e só o caixote do lixo me espera. Deram-me o nome de gente, poderia ser um objecto. Mas não. Sou gente, como quem diz um robô com técnicas avançadas, na ária da autonomia, da inteligência, e de muitas outras coisas, que fazem parte do meu dia-a-dia. O meu sistema de energia, é de origem Vegetal e animal, com algumas componentes de minerais. Sou provido de um sistema de evacuação de resido-os, sólidos e líquidos, que são, grosso modo as cinzas ou os detritos do meu sistema de regeneração, e alimentação. Tenho a partir de uma determinada idade uma assistência constante feita por um mecânico que se especializou em manutenção e algumas pequenas reparações deste sistema de robôs, e que me vai garantindo uma vida útil, a prazo incerto. Um dia chega em que: ou por avaria de uma pilha, das várias que possuímos, ou por uma peça que pode ou não ser substituível, que pode ou não haver no mercado da especialidade, ou pura e simplesmente não ser substituível. E a vida desse robô termina. E todo o resto é mera cerimónia como quem se despede de uma gota de água que correu para o rio, e deste para o mar, onde nunca mais volta a ter qualquer identificação, que não seja um novo nº. de chassis. Apenas um nº_. Que, diz quem ali está. E lá fica ele num local, privado, municipal ou nacional, conforme os teres e os haveres que ele gerou ao longo da sua vida útil. sulittario
sinto-me: